A minha reforma futura e os actuais €500/mês
" De acordo com os cálculos dos especialistas, um indivíduo que tenha hoje 55 anos de idade, pretenda reformar-se aos 65 anos com quarenta anos de contribuições, trabalhe desde 1975 e receba um salário mensal de dois mil euros e todos os anos registe aumentos médios de 1,5 por cento, terá uma perda de rendimento de 31 por cento quando se reformar." (pg. 12)
" Só os últimos dados mostram que os trabalhadores portugueses vão receber uma reforma igual a metade do último salário, por causa das mudanças da Segurança Social, segundo previsões da Organização para a Cooperação Económica e o Desenvolvimento (OCDE)." (pg. 49)
Antes de mais, vou assumir que estes dados estão correctos. Parto deste princípio porque, para mim que ainda estou nos 40, é irrelevante. A verdade é que a instabilidade legislativa fazem com que nenhum de nós possa prever quanto vai receber de reforma, à distância temporal de 25 anos.
Assim, parto do princípio que vou ganhar uma reforma igual a metade do meu salário, para prever uma reforma futura.
Foi com base nesse princípio, e na constante lembrança de que vivo e viverei sozinha, que decidi investir consideravelmente na minha reforma.
Neste momento, os meus investimentos na reforma estão divididos em 3 tipos*:
- trabalho dependente, na Segurança Social;
- trabalho independente, num fundo de pensões independente do Estado;
- poupança reforma, €65 numa conta a prazo.
A minha esperança é que estes três descontos, juntos, me tragam uma reforma digna e paz de segurança financeira. Eu não preciso muito.
Claro que, ao estabelecer como prioridade do meu orçamento, a poupança para a reforma, isso significa que o meu rendimento disponível desce. No meu caso, desce aos €500/mês. Em 2017 passará a €480/mês.
Naturalmente que é um pseudo-problema. É uma escolha pessoal e em qualquer momento posso suspender os descontos para o fundo de pensões e a poupança reforma.
Obriga-me a fazer algumas escolhas, mas eu sinto que desta forma estou a escolher-me a mim. Estou farta de olhar para trás, com sentimentos de arrependimento pelos erros (financeiros) que cometi. Ao poupar agora, sinto-me mais segura e necessito dessa segurança.
* Espero que compreendam que não irei fornecer pormenores sobre a minha profissão. Para o bem e para o mal, há detalhes da minha vida privada que prefiro não partilhar.