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Diário das minhas finanças pessoais

Isto é mesmo um diário, mas também um bloco de notas e talvez um caderno de ideias (umas melhores que outras)

Diário das minhas finanças pessoais

Isto é mesmo um diário, mas também um bloco de notas e talvez um caderno de ideias (umas melhores que outras)

A testar uma nova secção na agenda

30.09.16

Como já referi, eu utilizo o sistema "bullet journal", o que me permite muita flexibilidade, no que respeita a conteúdos da minha agenda.

 

Este mês introduzi uma nova secção: tarefas de contextoalgo que vi num vídeo Youtube mas que ainda não consegui localizar a fonte (a ele voltarei).

 

Basicamente, são duas folhas em que vou anotando e riscando o que preciso e onde. Na primeira página anoto tarefas ou compras por local e na segunda uma lista de coisas que preciso comprar, que não têm local específico.

 

Por exemplo:

- eu sei que se tiver MP e farmácia, vou fazer as duas coisas na mesma viagem porque são próximas;

- não vou com frequência ao centro da cidade, pelo que é útil ter uma lista de coisas a fazer por lá, para não me esquecer;

- anoto produtos que a minha mãe me pediu para comprar, quando estivesse com uma boa promoção;

- anoto preços de referência de coisas de que preciso, para poder comparar.

 

Deixo-vos uma imagem do meu primeiro teste. Não é bonito, mas é eficiente.

1.JPG 

Agora digam-me por favor se é minimamente interessante continuar aqui a falar de agendas e produtividade.

Aceitam-se dicas.

Bom fim-de-semana.

 

 

 

Os pobres mais pobres...

17.09.16

A Fundação pretende, com dados estatísticos, mostrar quem perdeu mais nos últimos anos de crise, se a classe média ou os mais ricos ou pobres. E mostra que foram os mais pobres.

Os números indicam que de 2009 a 2014 os rendimentos dos portugueses tiveram uma quebra de 12% (116 euros por mês), mas mostram também que os 10% mais pobres perderam 25% por cento do rendimento enquanto os 10% mais ricos apenas perderam 13%.

E a crise afetou sobretudo os mais jovens, segundos os números da Fundação: “os jovens com menos de 25 anos sentiram uma perda de 29% nos seus rendimentos, acima da perda média de rendimentos para o conjunto de todos os portugueses”

 

24.sapo.pt

Comprar casa é um investimento? - uma resposta

16.09.16

Esta é realmente uma questão que nos assola a todos.

Relativamente aos pontos enumerados:

1 e 4- Efectivamente, não é normal que a casa valorize de forma a cobrir juros, impostos, etc. Mas depende um pouco também... Efectivamente, quem comprou antes da bolha rebentar, pode estar com sérios problemas em mãos. Quem comprou nos anos 90, certamente tem os imóveis valorizados, caso estejam em bons prédios. Penso que aqui, o centro das cidades têm uma maior probabilidade de ter prédios mais antigos mas que são ainda valorizados. Fora dos grandes centros, é fácil dizer que aquele é velho e o outro ao lado é melhor, mesmo que as construções hoje em dia deixem a desejar... e muito.
Penso que o investimento mais seguro será numa moradia isolada, se possível, construída pelo próprio (comprar terreno, fazer projecto, controlar a empreitada, etc). Há moradias de banco a preços estrondosos, porque foram compradas a preços estrondosos, na altura em que o dinheiro abundava... uma construção própria consegue-se controlar melhor até onde se pode ir (e até há soluções modulares que permitem começar com uma T1/T2 térrea c/ sem garagem e ir aumentando consoante se precisa). Também se consegue investir em tecnologias de poupança (Classificação A), em detrimento de luxos, o que num prédio ou casa já feita é mais complicado. E, claro, os vizinhos estão mais longe e incomodam menos :) E na altura de vender, é sempre mais fácil vender uma moradia que um apartamento.

2- Voltando ao tópico moradia, aqui levamos com os custos de manutenção pela totalidade. Pintar a casa toda, arranjar o portão da garagem, etc. Mas também, e à parte de coisas fundamentais, podemos fazer ao nosso ritmo financeiro. E até podemos ser nós a fazer (pintar uma casa, trocar lâmpadas, etc, etc ).

3 - aqui o arrendamento ganha, claro.

Mas é necessário reflectir outros aspectos:
- os arrendamentos não são mais baratos que comprar casa. Conseguimos um T2 por 300€ e um por 500€. O preço dessas apartamentos também podem ir de 50k€ a 80/90 ou até 100k€. Quando andei mais atento, via que muitos arrendamentos, quando colocados por profissionais, tinham um valor de renda de 0.4% do valor do imóvel.
Por exemplo: moradia de 175.000€ tinha um arrendamento perto dos 700/750€.
Quer dizer que o investidor está a ganhar 4.8%/5% ao ano.

Em apartamentos mais baratos, de 50/60k€, essa percentagem de rentabilidade é maior...

- a mensalidade do arrendamento aumenta com a inflação. Temos sempre hipótese de mudar de casa, claro...

- podemos ter um senhorio que quer vender a casa e terminar o contrato, quando estamos naquele sítio mesmo porreiro e perfeito, perto do ATL dos putos (não esquecer que muitas casas estão no mercado de arrendamento porque o proprietário simplesmente não consegue vender ao preço que comprou porque a bolha rebentou - rimei!)...

- ao final de 30/35/40 anos, temos um activo de 0€ no caso do arrendamento e temos que continuar a pagar a casa, mesmo que tenhamos uma reforma que agora é 65% do ordenado... e a casa entretanto que aumentado o custo, com a inflação... Numa compra, ao final desse tempo, a casa é nossa, como se tivéssemos investido num PPR... :) Não temos que pagar mais nada, a não ser manutenção / impostos. Pronto, é um PPR com juros invertidos :) mas fica lá qualquer coisa e a valorização da casa ao final dos 30 anos certamente ajudará. Se puxarmos um pouco pela memória, lembramo-nos de valores nos anos 90 de 10/15 mil contos por um apartamento T2/T3 novo... isso são 50k/75k €.

 

Mano

Comprar casa é um investimento?

16.09.16

Para mim, ser proprietária da minha casa sempre foi um objectivo/sonho. Sempre equiparei essa propriedade a segurança financeira, um tecto, uma segurança.

 

Confesso que ultimamente tenho pensado se realmente compensa as desvantagens, porque as há. Claro que estou a falar de uma casa de habitação, não um imóvel para arrendar.

 

1. Custos de aquisição 

Quando investimos algo, temos capital e esse capital renderá juros, dividendos, etc. No caso de um imóvel, o capital (preço da casa) é acrescido de custos diversos, desde os juros, os seguros e os impostos.

Ora, quando investimos, também esperamos uma valorização do capital, mas na verdade, uma casa dificilmente valorizará (durante a vida de quem a adquiriu) para cobrir todos esses valores.

 

2. Custos de manutenção

Depois de comprarmos a casa, continuamos a pagá-la. Há sempre impostos anuais e despesas com a manutenção do imóvel.

Depois, se for um apartamento, muitas vezes têm condomínio e até despesas extraordinárias com obras no prédio, que somos obrigadas/os a pagar, mesmo que não tenhamos dinheiro. 

E não esquecer os seguros.

 

3. Pode ser "uma prisão"

Aqui entramos no nosso estilo de vida e naquilo que desejamos que ela seja. Ter um imóvel pode ser um impedimento:

- quando desejamos mudar para um emprego que fica noutra localização;

- quando mudamos de emprego e queremos mudar para mais perto deste, reduzindo assim (em muito) as nossas despesas (transportes, alimentação, se calhar o horário do ATL porque não chegamos a casa a tempo para receber os miúdos);

- quando queremos mudar para viver num local mais saudável, com menos impostos e mais benefícios, mais perto de escolas, etc.

- quando queremos mudar por causa de problemas com/de vizinhança;

- quando queremos mudar porque a família aumentou ou diminuiu.

 

4. Os imóveis também podem desvalorizar 

Já vi blocos de apartamentos ficarem tapados pela construção de um silo auto. Já vi moradias ficarem com terrenos expropriados e a paredes meias com vias rápidas e auto estradas. Esse tipo de problemas desvaloriza, de imediato, um imóvel.

 

Não quero com isto dizer que a compra de uma casa é um bom ou mau investimento. Porém, julgo que as perguntas são válidas e importantes de pelo menos considerar, especialmente se estivermos a considerar contrair um empréstimo para pagar o imóvel.

 

Tempos complicados, soluções simples

12.09.16

 

No leque de autores portugueses, este é (para mim), o segundo melhor livro sobre finanças pessoais que li. Não concordei com tudo, e posso ter achado umas partes mais incompletas que outras, ainda assim é muito bom. 

 

Gostei particularmente de uma forma de escrever mais informativa que repreensiva. 

 

Do livros, destacaria alguns pontos:

- a importância de avaliar o ponto da situação, o nosso perfil financeiro e os nossos objectivos;

- a importância do registo das despesas e do orçamento (com uma espécie de checklist);

- o enfoque na eliminação do supérfluo, na poupança despesa a despesa;

- a importância dos pequenos passos.

 

Destaco ainda o capítulo sobre o crédito de habitação, que me parece ser importante (mesmo que possa estar desactualizado, já que o livro é de 2011 - não sei se está ou não, alerto apenas para a possibilidade). Parece-me que a generalidade de nós, por puro desconhecimento, assume como certo o que nos é dito pelo funcionário no balcão do banco, assume o crédito habitação e os encargos que lhe estão anexos como estanques e escritos em pedra. 

 

Gostaria imenso que a autora tivesse dedicado às estratégias de pagamento de dívidas e aos juros compostos, o mesmo número de páginas que dedicou à utilização de internet - 6 páginas! - todavia, fiquei muito satisfeita por ver que não adoça a pílula, no que respeita à consolidação de créditos:

(...) apenas as famílias cujo orçamento já não tem qualquer margem de manobra devem recorrer a esta solução (...)

 

Como diria um outro especialista em finanças pessoais: a forma de sair de um buraco, não é cavar um buraco maior.

 

Em suma, se procuram um livro de finanças pessoais para se organizarem e obterem um pouco de inspiração, acho que ficarão bem servidas/os.  

 

No meu top de livros de finanças pessoais (em português), estão:

- Dinheiro à Vista, João Branco Martins;

Manual das Finanças Pessoais de João Morais Barbosa e Ricardo Almeida (não confundir com o Manual da Poupança dos mesmos autores, do qual não gostei). 

 

Que fique claro que comprei os todos, com o meu dinheiro. Tempos complicados foi comprado usado, mas novo para mim. 

 

Mas isto é só a minha opinião pessoal - vale o que vale. 

 

Aditado: 

Graças ao Pedro, fiquei a saber que a autora do livro é também a autora do blog asdicasdaba.blogs.sapo.pt. Conhecia, mas jamais me ocorreu que fossem a mesma pessoa. 

Obrigada pela dica, Pedro.

 

Perfis financeiros

10.09.16

 

Na pg. 24 do livro, escrevi "níveis sensatos", porque realmente, no que respeita a perfis financeiros, ou passos ou objetivos, nem sempre há sensatez e realismo.

A verdade é simples: quem tem milhões, não precisa de comprar este tipo de livros.

 

A autora defende (e bem, a meu ver) que antes de tudo, é importante avaliar o ponto de partida: situação financeira actual, registo de despesas, orçamento, património, dívidas. E cria 4 perfis financeiros:

 

Financeiramente saudável - consegue poupar mais de 20% do ordenado, ou do rendimento do orçamento familiar.

Finaceiramente equilibrado - coloca de parte entre 5% e 20%, sendo esta percentagem posta de parte para constituir mensalmente uma poupança.

Financeiramente pobre ou endividado - não consegue fazer qualquer tipo de poupança. Todo o dinheiro é canalizado para o pagamento de despesas e dívidas.

Financeiramente sobreendividado - gasta mais do que ganha e, por essa razão, já não consegue pagar as dívidas que tem.

 

Quando li estes 4 níveis ocorreu-me que gostaria de tivesse um outro, entre o "equilibrado" e "pobre" que traduzisse alguém que consegue poupar, mas também tem dívida.  

 

Continuo a achar importante que surja um discurso que seja diverso da "normalização da dívida".

O que vos parece? Identificam-se com um destes perfis financeiros?

A minha reforma futura e os actuais €500/mês

09.09.16

 

" De acordo com os cálculos dos especialistas, um indivíduo que tenha hoje 55 anos de idade, pretenda reformar-se aos 65 anos com quarenta anos de contribuições, trabalhe desde 1975 e receba um salário mensal de dois mil euros e todos os anos registe aumentos médios de 1,5 por cento, terá uma perda de rendimento de 31 por cento quando se reformar." (pg. 12) 

 

" Só os últimos dados mostram que os trabalhadores portugueses vão receber uma reforma igual a metade do último salário, por causa das mudanças da Segurança Social, segundo previsões da Organização para a Cooperação Económica e o Desenvolvimento (OCDE)." (pg. 49)

 

Antes de mais, vou assumir que estes dados estão correctos. Parto deste princípio porque, para mim que ainda estou nos 40, é irrelevante. A verdade é que a instabilidade legislativa fazem com que nenhum de nós possa prever quanto vai receber de reforma, à distância temporal de 25 anos. 

 

Assim, parto do princípio que vou ganhar uma reforma igual a metade do meu salário, para prever uma reforma futura. 

 

Foi com base nesse princípio, e na constante lembrança de que vivo e viverei sozinha, que decidi investir consideravelmente na minha reforma. 

 

Neste momento, os meus investimentos na reforma estão divididos em 3 tipos*:

- trabalho dependente, na Segurança Social;

- trabalho independente, num fundo de pensões independente do Estado;

- poupança reforma, €65 numa conta a prazo.

 

A minha esperança é que estes três descontos, juntos, me tragam uma reforma digna e paz de segurança financeira. Eu não preciso muito. 

 

Claro que, ao estabelecer como prioridade do meu orçamento, a poupança para a reforma, isso significa que o meu rendimento disponível desce. No meu caso, desce aos €500/mês. Em 2017 passará a €480/mês. 

 

Naturalmente que é um pseudo-problema. É uma escolha pessoal e em qualquer momento posso suspender os descontos para o fundo de pensões e a poupança reforma. 

 

Obriga-me a fazer algumas escolhas, mas eu sinto que desta forma estou a escolher-me a mim. Estou farta de olhar para trás, com sentimentos de arrependimento pelos erros (financeiros) que cometi. Ao poupar agora, sinto-me mais segura e necessito dessa segurança. 

 

* Espero que compreendam que não irei fornecer pormenores sobre a minha profissão. Para o bem e para o mal, há detalhes da minha vida privada que prefiro não partilhar.

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