Motivação - Faz como os estóicos
A propósito de uma série de publicações que li, sobre motivação para limpar a casa, fiquei a pensar sobre o que é, na verdade, a motivação.
O que é a motivação
Frequentemente, quando falamos de motivação associada à formação de hábitos, estamos a associar a estímulo, a uma força motriz interna por detrás do nosso comportamento, que nos obriga a agir em direcção a um objectivo.
Mas a motivação, na verdade, pode ser interna ou externa (embora os estóicos defendam que a verdadeira motivação é interna).
A motivação interna ou intrínseca vem de dentro de nós e poderá ser impulsionada pelo prazer ou satisfação pessoal.
Muitas vezes, é associado a atividades que são feitas por si mesmas, como passatempos ou atividades criativas. Mas também poderá ser motivada pelo amor que temos às pessoas que nos rodeiam: limpar o bébé pela 10256 vez porque o amamos ou fazer algo (sem qualquer prazer) porque se alinha com os nossos valores.
A motivação externa ou extrínseca, vem de recompensas ou consequências externas, como dinheiro ou reconhecimento. Muitas vezes, é associado a atividades realizadas para alcançar um resultado específico, como trabalho ou metas académicas.
Há quem seja capaz de viver sempre com forte motivação interna em relação aos seus objectivos, guiada/o por um forte sentido de propósito. Porém, atrevo-me a dizer que a generalidade de nós vive com dificuldade em manter a motivação, face aos obstáculos que as nossas vidas mundanas nos vão colocando.
Eu sou uma dessas pessoas, por isso, procuro implementar sistemas / hábitos e cultivar estratégias para atingir progresso.
Entra o Estoicismo (filosofia enfatiza o autocontrole, a resiliência e o foco no que está dentro do nosso controle) e práticas e princípios dos estóicos para manter a motivação enquanto limpamos a casa:
Focar naquilo que está sob o nosso controlo
Se não é possível resolver num dia o que demorou semanas a desarrumar ou acumular ou sujar, concentramo-nos no que é preciso fazer naquele momento.
Objectivos realistas
Em vez de estabelecer como objectivo a limpeza de toda a casa, criar objectivos menores, como limpar uma divisão (ou só uma gaveta) ou até uma tarefa muito específica, como tirar a louça da máquina ou deixar a banca limpa todas as noites.
Para mim, tem passado por utilizar a estratégia "âncora", para voltar a uma divisão/tarefa, assim que tenho de abandonar uma tarefa, para ir fazer outra coisa qualquer.
Disciplina
Há quem goste de limpar a casa, mas atrevo-me a dizer que estão em minoria. A generalidade das pessoas precisa de disciplina para fazer algo que é desagradável.
E quanto há falta de motivação e disciplina, o melhor é começar por pequenas tarefas e rotinas: em vez de "limpar a casa de banho", arrumar as coisas que estão em cima do lavatório e passar um pano na superfície.
Aceitar contratempos, procurar soluções
Decidem limpar uma prateleira e cai a garrafa de azeite. Imediatamente pensam: para quê? Ou: porque só me acontece a mim? Dependendo do grau de dramatismo em que se encontram no momento.
Quando acontecem os contratempos, o melhor é respirar fundo e focar na solução desse problema.
Apreciar o progresso
Quando atingimos um objectivo (pequeno ou grande), devemos parar (literamente parar) para apreciar o progresso.
Alterar o foco do negativo (desarrumação) para o positivo (arrumação), poderá motivar-nos para a próxima tarefa e reforçar os aspectos positivos de viver numa casa organizada.
E para as/os mais distraídas/os na fila de trás, isto não é apenas sobre arrumação da casa.
Acima de tudo, é importante não ficar presa/o em autocrítica e pensamentos negativos. A vida já é suficientemente dura. E definitivamente, não o permitir de terceiros.
Façam pausas. Peçam ajuda. Celebrem pequenas e grandes vitórias. Cuidem-se.
Sugestões de Leitura:
Hábitos Atómico - James Clear
Meditações - Marcus Aurelius (*)