Sobre a cara e a careta - 1
Em vez de desfrutar a beleza da vida que está bem na frente de nós concentramos a nossa atenção sobre o que é que alguém tem que nós não temos.
O texto da Crystal de Money Saving Mom (em português, com Google Tradutor) é, no mínimo, inspirador. Obriga-nos a reflectir sobre o que realmente valorizamos na nossa vida.
Quantas/os de nós não batemos no peito, dizendo que o mais importante é família e saúde, para depois nos sentar-nos em frente à televisão, a salivar com o anúncio do mais recente telemóvel topo de gama, enquanto a pequenada se entretêm sozinha?
Um dia, as miúdas cá de casa distribuíam as personagens de uma banda desenhada pelos familiares. Eu sou a... Tu és a... A mãe é a... Perguntei-lhes qual era a minha personagem. A mais velha deu o nome e a mais nova (ainda sem muitos filtros sociais) deu a explicação imediata: ela é a mandona.
E pronto. Estava tudo dito. Eu sou disciplinadora (não prescindo do "tia fixe", entenda-se) e elas percebem isso. As crianças "vêm-nos" muito mais claramente do que imaginamos e cabe-nos dar-lhes bons exemplos para imitar.
Nos últimos dois anos tenho tentado lembrar-me disso, no que respeita a uma nova postura, mais adversa ao material:
- tento privilegiar actividades caseiras, mais focalizadas nas experiências e divertimento que na utilização de brinquedos,
- tento incentivar a partilha, com uma biblioteca de onde podem retirar os livros que entenderem, juntamente com outras crianças,
- tento explicar as promoções com que compro este ou aquele brinquedo (especialmente com a mais velha),
- tento ensinar como criar, seja com uma caixa de cartão ou um arame (ensinei a minha sobrinha de 10 anos a utilizar um alicate de corte, espero que ela me ensine a tricotar).
(continua)