As três perguntas: eu preciso? funciona? é útil?
As coisas passaram-se do seguinte modo: vi num folheto e de imediato o meu cérebro começou a elencar as razões para comprar um (muito barato, "verde", iria fazer-me poupar dinheiro no futuro). Em suma, o meu cérebro esta a gritar: não percas esta oportunidade!
Felizmente, tenho feito algumas leituras sobre como o meu cérebro me engana e decidi colocá-lo à prova:
eu preciso?
funciona?
é útil?
O que me diz o cérebro na versão "pensar depressa":
eu preciso MUITO disto
... posso carregar o telemóvel com energia solar, o que é uma conduta responsável do ponto de vista ambiental e do ponto de vista financeiro porque não custa dinheiro (rapidamente vou amortizar o custo do aparelho)
Agora vem o balde de realidade. Assim que tentei perceber se realmente são eficientes, comecei a ler que:
- precisam de luz directa (nada de vidros de janela pelo meio)
- precisam de um dia com muito sol
- precisam de uma inclinação precisa para captar a luz
- demoram HORAS a carregar
Num artigo que analisava modelos recentes a rodar os 100 dólares, o tempo de recarga era entre 90 minutos e 4 horas, além dos que nem mencionavam o tempo (raramente é bom sinal).
Assim, qual a probabilidade de um carregador solar de €20 funcionar de forma eficiente? Baixa. Por isso, o "funciona" tinha muitos buracos pelo meio.
E assim chegamos ao útil.
Quantas vezes iria estar na posição de estar horas, parada, debaixo de luz solar directa (e não por detrás do vidro de uma janela), a carregar o telemóvel? Não é precisamente ao final do dia que colocamos o telemóvel a carregar?
Em suma, eu não preciso de um carregador solar, com as limitações que actualmente possuem. E no que respeita aos modelos mais eficientes, eu não preciso de um carregador a ESSE preço.