Como o Estado Português me levou o meu fundo de emergência
Há alguns meses que ando a adiar este post (e uma queixa formal à Procuradoria da Justiça).
A adiar porque estou tão furiosa, mas tão furiosa, que só de escrever estas linhas, passados três meses, ainda me vêm lágrimas aos olhos.
Em Maio fiquei sem o meu fundo de emergência. Isto porque os serviços da Segurança Social alteraram uma data de registo, de há QUASE três anos atrás, para me cobrarem mais 4 meses de uma prestação, acrescidos de juros.
Ou seja, há quase três anos a pagar pontualmente o que devo e, de repente, aparecem-me (no extrato mensal da Segurança SocialDirecta) mais 4 meses, relativos a 2017. Em suma, alteraram a data de início do meu registo.
Não acho que tenha sido coincidência que, no início deste ano, tenha sido aprovado um regime de incentivo para funcionários da SS (notícia aqui).
Quando fiz o pagamento em Abril, esses meses não constavam no meu extracto de dívida.
Eu nunca fui pessoa de deixar contas por pagar. Na minha casa não entram cartas com segundos avisos (excepto um esquecimento MUITO raro, o que não acontece há anos).
Porque estas mensalidades nunca me foram pedidas, eu não pude pagá-las pontualmente e receber o reembolso junto da minha entidade patronal. Ou seja, fiquei eu com o prejuízo.
É verdadeiramente deprimente, esforçar-me tanto para poupar, para chegar à meta de mãos vazias.
Se tivesse cometido um erro (como já aconteceu) custava, mas são os custos da (ir)responsabilidade.
Mas eu não cometi qualquer erro, paguei sempre pontualmente. E isso custa muito mais, porque me levaram o dinheiro e o sentimento de justiça que sentia por ser uma pessoa cumpridora.