Finanças pessoais em tempo de pandemia
Se estes dias forem passados com comida na mesa e os números continuarem a ser apenas números, então estamos com sorte.
Sorte por ter um emprego que continua a pagar o nosso salário, sorte porque não fomos (ou os nossos) atingidos pela doença e morte. Ou sorte por ter nascido numa família que me pode ceder uma casa livre de rendas, por exemplo.
Sinto-me igualmente grata pela sorte de ter nascido num estado social e democrático que tem conferido alguma protecção aos seus cidadãos, no âmbito desta pandemia.
A seguir à arbitrariedade da vida, entram as nossas escolhas pessoais e aí, sinto-me grata ter aprendido em tempo útil que era importante não ter créditos para pagar, ou mensalidades disto e daquilo. Também de que precisaria, para tempos mais duros, de ter um fundo de emergência.
A minha atitude catastrofista também me tem ajudado. Porque espero o pior, preparo-me para o pior e isso tem sido útil.
Mas o que dizer a outros, que não soe a moralismo ou vanglória?
Apenas me resta continuar a ser honesta nas partilhas, a tentar promover a ideia dos méritos de uma vida sem dívidas (algo em que acredito com paixão) e da frugalidade como caminho para uma vida mais livre.