O desprezo pelo trabalho manual
Este ano tive de gastar as minhas férias para um período agudo de doença da minha mãe e por isso não tive férias, propriamente ditas.
No mês de Agosto, estive a trabalhar nas limpezas de um arquivo.
Quando que colocou a questão de quem iria fazer a tarefa, ouvi várias pessoas lamentarem que tivesse de ser eu a fazê-lo, que não achavam bem.
Infelizmente, o trabalho manual continua a ser percepcionado negativamente, mais que indesejável, é tido como degradante.
Antes de mais, fui eu que me ofereci para a tarefa. Primeiro porque não havia outra pessoa que eu confiasse, que fosse ter a sensibilidade para ter os cuidados que eu tive e depois porque iria ser eu a ter o trabalho de arranjar alguém e certificar-me que fariam o que precisava de ser feito.
Honestamente, era menos trabalho fazer, que encontrar quem o fizesse.
E enquanto todos sentiam pena de mim, eu considerei que era um excelente momento de pausa em que, estando a trabalhar, pude ouvir dois audiolivros.
Entre o menor trânsito, ter o edifício só para mim e estar a ouvir os meus livros, até acho que o meu querido mês de Agosto não foi nada mau.